O Efeito FIFA.
Domina o dinheiro, pune os adversários e dribla a justiça.
Para falar da entidade maior do futebol de maneira clara e compreensível, exemplificar com fatos reais, nada melhor do que discorrer acontecimentos recentes e, que muitas vezes, não geram uma reflexão maior.
Lá se foram 64 jogos e nunca, na história das Copas, aconteceu um torneio tão pobre, vergonhoso e chato como esse torneio da imperiosa FIFA e suas Confederações. Seria muito difícil contabilizar uma quantidade razoável de jogadas, táticas revolucionárias e dribles cinematográficos, enfim, tudo que a história das Copas nos ensionou e fez admirar nas 4 semanas mais esperadas por todos.
Ao invés de futebol, a Copa nos mostrou o efeito poderoso que a entidade mor causa, cada dia mais, nas nações ao redor do globo. O leque de inadimplência da FIFA começa fora mesmo das quatro linhas, exagerando na exposição de mal exemplos nas mídias mundiais. Outros fatores que fazem parte dessa soma são, por exemplo, a substituição de jogadores de futebol por “celebridades” enganadoras, vendedoras de produtos e camisetas, vide caso recente do português mais badalado do mundo, o midiático Cristiano Ronaldo, que além de não ter jogado nada, nem mostrou qualquer tipo de preocupação com isso. Efeito tão grande que atingiu até a gloriosa seleção dos Les blues (seleção francesa) que foi mais vista em páginas de fofocas do que nos cadernos esportivos. A sua pífia participação proporcionou ao mundo um exemplo claro de falta de compromisso com os torcedores, o torneio e a própria nação francesa. Talvez um castigo dos Deuses do futebol pela estelionatária forma com que eles se classificaram.
Escândalos seguem alinhados com o caráter dos dirigentes da FIFA. Gols que quebram as regras, juizes sem compromisso com a ética esportiva, gols legais não validados e seleções que destilam do próprio veneno. Todas as confederações que estavam ali fazem parte de um grupo de coniventes e sócios dessas práticas de governo FIFA. Questões como a modernização do esporte, profissionalização dos árbitros, o aumento do número de auxiliares, não cabe aqui discutirmos afinal alternativas não faltam. A tecnologia veio mais na transmissão em sí do que no próprio esporte, algo ruim no meu ponto de vista, afinal não são os óculos 3d que vão consertar a ajeitada de mão na bola e evitar a classificação mais contestada de uma nação para uma Copa do Mundo. A reflexão mais importante é reconhecer que nada disso interessa, pois irá criar dificuldades para manter seu espírito de manipulação e corrupção. É cada vez mais claro que o foco não está direcionado a estimular o futebol arte através da punição severa da violência gratuita e premeditada de alguns jogadores, do maior número de gols, afim de achar o equilibrio do espetáculo com o resultado, não! Os efeitos proporcionam um resultado claro: interesse em acumular poder e capital.
A verdade é simples: a Fifa engorda cofres, enquanto a sede paga a conta. As vezes não interessa de que jeito se dará a administração financeira dos gastos com a Copa. Um erro primário. Temo e me espanto com o andamento das obras para a próxima Copa de 2014 no Brasil. Egoísmos a parte, estamos falando de uma maioria da população brasileira que ainda vive na infância intelectual, onde o importante é fazer a festa primeiro e depois arrumar a casa. A sujeira já está acumulada e, cada vez mais, fica difícil de limpar.
Enquanto a entidade que se julga “dona da bola” conta os lucros com a festa na África do Sul, o país-sede contabiliza os gastos para saber o tamanho da cratera que o evento fez nos seus cofres. Cerca de 8,3 bilhões de dólares para promover a bonança. Será que eles tem “estrutura” para lidar com isso?Alias, “estrutura” tem sido um tema bem recorrente na análise dos “entendidos” da FIFA com relação alguns estádios no Brasil. Realmente, eles se preocupam com isso. A FIFA teve seus incetivos fiscais concedidos pela “nova elite negra” que comanda o país africano. Sem preocupações com impostos sobre os lucros de produtos vendidos, direitos de transmissão e todas as outras formas de receita ligadas à Copa. A Copa é, com folgas, a maior fonte de receitas da Fifa, que cobra valores estratosféricos das empresas que desejam ligar suas marcas à realização do torneio.
A impunidade reina na terra de um Teixeira só. Os governos e políticos não estão dispostos a enfrentar a “Dona da bola” afim de colocarem em risco seus “extras” e a perpetuação de seus cargos. A mídia idem. Quem quer colocar em risco contratos de exclusividade afim de diminuir a audiência, logo, patrocinadores? Estamos falando de uma das 4 pilastras que sustentam a manipulação e comandam a vida de um cidadão: Religião, fanatísmo, patriotísmo e medo.
Uma solução? ainda creio em uma pressão dos governantes em destinarem os lucros astronômicos da FIFA a soluções cabíveis dentro do esporte e, juntamente com isso, a profissionalização dos Clubes de futebol, afinal o que mais vemos são gestões amadoras.
Se serve de consolo, eu ainda admiro o futebol. Acredito que todos devem assistir ao seu time de coração até depois dos 90 minutos. O mais importante é que o torcedor acompanhe também os bastidores dos seus times, a sujeira jogada no gramado. São inúmeras as coincidências espalhadas pelo mundo, porém já diria o ditado: “As coincidências precisam ter um fim…Não sei se existe destino, mas existe decisão!”